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Prof. Dr. Carlos Roberto de Oliveira Almeida

Diretor - Período: 1987-1993

Natural de São José do Barreiro, filho de comerciantes, nasceu em 05 de maio de 1943. Estudou no Colégio São Joaquim, no Arnolfo de Azevedo. Quando jovem foi concluir seus estudos em São Paulo. Queria ser médico; jamais professor! Em São Paulo foi trabalhar em uma indústria de tintas. Fez curso Técnico em Química. Casou-se. Para se aprimorar profissionalmente foi fazer bacharelado/licenciatura em química. Formou-se professor de Química pelas Faculdades Oswaldo Cruz em São Paulo. E quando terminou o curso sua alma de educador já havia aflorado.

Voltou para Lorena onde começou sua vida de professor dando aulas no ensino médio do Colégio Salesiano.

Apaixonou-se pela profissão e fez de sua história um exemplo inspirador para todos que o cercam.

Ingressou nesta casa em 01 de agosto de 1979 como Professor de Química. Na época a Instituição denominava-se FAENQUIL (Faculdade de Engenharia Química de Lorena).

Em 1986 foi Chefe da Divisão de Ensino, hoje Diretoria Técnica Acadêmica. Entre os anos 87-90 foi Diretor da Faenquil.

Em 1990 um plano de Governo tirou todos os subsídios que sustentavam as pesquisas da Fundação de Tecnologia Industrial (FTI), mantenedora da Faenquil. Nesse período crítico assumiu a Direção da FTI e recebeu das autoridades superiores da Instituição, carta branca para buscar uma saída para que a unidade de Lorena não fechasse suas portas.

Caos instalado. Havia duas alternativas para a instituição: a privatização e a estadualização. Sem hesitar, resignado e decidido, Carlos, o Diretor da Instituição começou a lutar pela 2ª opção: a Estadualização da Faenquil. Foi atrás de alianças e apoios políticos na cidade, no Vale do Paraíba, junto às câmaras municipais, prefeitos da região, autoridades militares, religiosos, deputados. Envolveu os alunos, seus pais, os funcionários, suas famílias para que todos se engajassem na luta de não deixar que a Instituição morresse com suas pesquisas e professores.

Diante da crise financeira, os servidores da unidade ficaram 6 meses sem receber seus salários. Hipotecou sua casa para não deixar ninguém passar necessidades, principalmente os mais humildes. E sob o comando desse líder nato que é o Prof.Carlos, todos continuaram normalmente suas atividades.

Carlos, com seu carisma, conseguiu apoio significativo de todas as pessoas a quem recorreu. Foi feita uma grande pressão em cima do Governador da época, Orestes Quércia que recebia, diariamente, pedidos para que intercedesse nos destinos da Faenquil.

Andou muito. Foi à Assembleia Legislativa, procurou o Secretário de Ciência e Tecnologia da época. Depois de muita pressão foi recebido pelo Governador, Orestes Quércia, que na ocasião repassou recursos para que a instituição sobrevivesse até que a situação se resolvesse.

Na época, Antônio Carlos Fleury Filho era candidato a Governador e em uma visita a Lorena, um grupo de alunos aproximou-se dele. O candidato foi convidado pelo grupo a vestir a camisa da Faculdade e começou a se comprometer com esta escola. Em Guararema, na ocasião do anúncio da Rodovia Carvalho Pinto, Fleury, diante as Câmeras, comprometeu-se a passar a Faculdade para o Estado e a história da Faenquil passou a ser usada em sua campanha nas rádios e TVs.

Fleury venceu a eleição, mas o projeto de Lei que permitiria a estadualização da Faenquil amargava a espera junto a outros. Para agilizar a assinatura da estadualização da Faenquil, montou grupos de funcionários, alunos, professores e seus familiares que, diariamente visitavam a assembleia e cordialmente pressionavam os Deputados a colocarem em votação o mais rápido possível a Estadualização da Faenquil.

De 15 de março, data da posse de Fleury, à 12 de junho, sem falta, os integrantes da Faenquil, compareciam à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, incansáveis, para pressionar os Deputados. Todos os dias dois ônibus saiam de Lorena com destino à Assembleia. A força periférica continuava em favor da Faenquil.

No dia 12 de junho de 1991, o Projeto foi aprovado por unanimidade pelos Deputados. Momento de emoção para todos que estavam presentes na Assembleia e para toda comunidade Lorenense envolvida.

No dia 7 de julho o Governador Fleury esteve em Lorena e assinou o Projeto que transformava a Faenquil em uma Autarquia de regime especial vinculado às Universidades Estaduais Paulistas subordinados à Secretaria de Ciência e Tecnologia. A unidade de Lorena transformava-se em uma Faculdade do Estado.

Vencida essa batalha, deu início a outra luta: a implantação de um cursos técnico de qualidade na região para atender a demanda local por profissionais da área de química. Usou seus contatos e conhecimentos para conseguir implantar na Instituição um curso técnico em química de qualidade. E em 1993 conseguiu que o curso tivesse seu início. Assim nasceu, também por sua garra, o Cotel “Colégio Técnico de Lorena”.

Em 1994 deixou a direção da Instituição e continuou dando aulas.

Em 1998 tornou-se mestre e em 2003 Doutor em Ciências Ambientais.

Em 2006 acompanhou a incorporação da sua querida Faenquil pela USP.

São muitas suas qualificações profissionais do Prof. Carlos, o Carlão, como é carinhosamente conhecido. No entanto, suas virtudes extrapolam o lado acadêmico em decorrência de sua personalidade singular. Pessoa amorosa, protetora, religiosa, solidária, honesta, justa, humilde e portador de um bom humor notável. Essas características particulares e inerentes à pessoa do Prof. Carlos o transformaram em um ícone dentro da Instituição. De todos os comentários reverenciados a ele em sua despedida, pode-se concluir que ele foi mais que um Diretor e um professor. Sua forma simples e atenciosa para com todos que o cercaram transformou-o em uma referência tornando-se, em alguns momentos, um pouco pai, um pouco tio, um pouco avô, um conselheiro, um amigo, um companheiro.

por Simone Colombo Lopes

Homenagens

Fotos


Em Brasília como Diretor da FAENQUIL


Durante um dos momentos de homenagem na Biblioteca do Campus I da EEL